quarta-feira, 5 de maio de 2010

Talca, 3 e 4 de Maio de 2010



Os últimos dias, foram passados na maior parte do tempo no campo. O objectivo foi essencialmente eleger parcelas ou áreas das mesmas susceptíveis de mecanizar, seja através de máquina cavalgante, seja pelo método de vibrador de troncos. Existem muitos campos explorados em superintensivo, que não são mecanizáveis e em outros, é possível, mas apenas em algumas partes. Nesta altura, alguns produtores tomam contacto com as dificuldade de mecanização e isso preocupa-os e nalguns casos, concluem que deveriam ter equacionado o desenho das suas plantações de uma outra forma. Com alguma arte e engenho, sacrificando algumas árvores, poder-se-á abrir ruas transversais, onde a pendente é menos acentuada permitindo que a cavalgante circule e dessa forma consiga colher a fruta. Relativamente ao olival intensivo, em algumas parcelas, é completamente impossível trabalhar com vibrador de troncos e mesmo a colheita manual é extremamente difícil. Este levantamento, se assim o podemos chamar, foi muito exaustivo e pesaroso, porque em algumas situações, foi necessário percorrer quase carreira a carreira para decidir quais eram mecanizáveis. No entanto, encontraram-se soluções que pensamos que resolverão uma parte do problema. Paralelamente, fora das colinas que circundam o vale, existem vastas áreas que são cem por cento mecanizáveis, nos dois tipos de plantações existentes. Neste momento, os produtores de uma maneira geral, já se deram conta que o futuro pode trazer dificuldades de mão de obra e existe vontade de se olhar para este tema de uma forma séria.

Pudemos ontem também assistir á colheita efectuada por uma das máquinas cavalgantes de última geração, chamo-lhe assim, porque são equipamentos que sofreram uma evolução significativa, relativamente ás iniciais, principalmente no que diz respeito á altura útil de colheita, que se situa agora no patamar dos 3,30 metros, eliminando a limitação que existia de 2,50 metros de colheita em altura. O problema que se mantém é que com 2000 árvores por hectare, a medida da entrelinha é demasiado reduzida para que se possa aproveitar esta altura produtiva, porque existirá muito sombreamento na plantação. Poderá ser útil em plantações com pelo menos 5 metros de entrelinha. Os esforços para tornar mais eficientes este tipo de equipamentos é notável, procurando-se neste momento introduzir-lhes novas aplicações para além da colheita, tais como a aplicação de fitofármacos, poda mecânica e aplicação de herbicida. Penso que um dos grandes problemas deste tipo de máquina, reside nas suas dimensões e no peso, que obrigam a grandes espaços de manobra e solo seco, no entanto, de salientar sempre a rapidez de colheita, que é hoje em dia o método mais rápido que existe.

Hoje, quarta-feira nenhum produtor colheu azeitona, porque se previa chuva, tendo a mesma início ao final da manhã. Em Portugal costuma-se dizer que o tempo se espera no campo, mas aqui não é bem assim. Neste momento, ainda não se colheu dez por cento da azeitona, nalguns casos por falta de mão de obra, e noutros porque se aguarda que os rendimentos subam. Penso que se está a adiar demasiado, porque ainda existem mais de 1000 hectares para colher, dos quais uma parte significativa não se consegue colher com mau tempo e a verdade é que estamos a entrar no inverno...