sexta-feira, 7 de maio de 2010

Talca, 7 de Maio de 2010





























Já estou em contagem decrescente, o meu trabalho está quase concluído, já passaram três semanas. A presença de Xavi Marcos, técnico de uma das marcas que forneceram as linhas de extracção foi muito importante. Existiu debate de idéias e quem beneficiou foi o cliente, neste caso, a empresa proprietária do lagar. Sózinho teria sido mais difícil, ainda mais cansativo. Agora estou em descompressão, sou um turista oleícola, tenho mais tempo para ver os olivais, tirar fotos, recordações. Posso disfrutar de um par de horas para ver a paisagem, que é muito bonita e imponente.

Hoje vou voltar a falar um pouco das densidades de plantação, desta vez mais focado no olival intensivo, mais precisamente, até ás 1200 árvores por hectare. Para estas densidades, hoje em dia utiliza-se muito a denominação de compassos intermédios. Aqui no Vale de Pencahue encontram-se muitas parcelas com densidades próximas ás 1000 árvores por hectare. São olivais que pela sua formação, atingem as altas produções mais rápidamente que um olival intensivo e de uma forma mais lenta que um superintensivo. Por outro lado, os problemas de que já falei acerca do olival superintensivo, surgem uns anos mais tarde. Os compassos intermédios podem ser colhidos mecânicamente com a máquina cavalgante do olival superintensivo nos primeiros anos, momento após o qual a colheita terá que ser manual ou então, como acontece aqui (onde há espaço), são colhidos com a cavalgante colossus, que é um pouco parecida com uma casa ambulante, pela sua gigantesca dimensão. Em 9 anos de produção, os olivais de compassos intermédios, ultrapassam as produções médias do olival superintensivo, não apresentando uma baixa de produção tão acentuada como no caso das 2000 plantas por hectare. No entanto, tal como já referi, o campo mais produtivo existente aqui, tem 500 plantas por hectare, da variedade arbequina.
Os compassos intermédios permitem ter entrelinhas maiores que o superintensivo, possibilitando um maior crescimento lateral das plantas, facilitando também a circulação de máquinas. Por outro lado, a poda não é tão minuciosa como em densidades superiores e permite-se explorar mais em altura superfície foliar da plantação. Representando um investimento inicial bastante menor que o superintensivo, esta pode ser uma opção a ter em conta por quem quer rápidamente atingir produções altas, com a vantagem de uma maior longevidade de plantação. No entanto, a médio prazo, como já se observa aqui, verifica-se uma ligeira decaída de produção nestas plantações, embora não tão acentuada como nos superintensivos.

Também se encontram aqui olivais intensivos, de 6x3 e 5x3, que pela sua idade e por serem submetidos a pouca intensidade de poda, também apresentam os mesmos problemas que falei anteriormente: baixa de produção, sombreamento, dificuldade de circulação de máquinas e colheita. Podemos concluir, que em altas densidades, o manejo correcto da poda é essencial para manter a produtividade e evitar que se chegue a situações onde a relização de podas severas é inevitável, tendo por consequência quedas de produtividade. Quanto maior for a densidade, maior será a dificuldade de controlar o volume da plantação, sendo nestes casos, útil combinar técnicas de poda mecânica, complementadas com podas manuais intercaladas.