domingo, 2 de maio de 2010

Talca, 1 e 2 de Maio de 2010
















Este fim de semana, o terceiro aqui, foi o primeiro de algum descanso. No sábado, fui buscar um português ao aeroporto, a Santiago do Chile. Já sentia a falta de ver alguém conhecido e de falar a lingua lusitana sem ser por telefone. Torna-se cansativo falar espanhol dias a fio, porque exige sempre algum esforço, por não estar a utilizar a minha linguagem natural. Entende-se melhor um chileno do que um espanhol, são mais pausados a falar. Saber notícias de Portugal, matando algumas saudades dessa forma, através de um compatriota recém chegado, foi agradável. No sábado ainda deu para dar uma saltada aos olivais, para que o Jorge Pinto conseguisse ficar com uma ideia daquilo que se faz por aqui. O espanto foi o mesmo que experimentei quando aqui cheguei, com as pendentes, o aspecto das plantações, as produções, etc.
Hoje pelas 11h00 da manhã, houve um novo terramoto, desta vez um pouco mais forte que os anteriores, desde que aqui estou. É estranho fazer a barba com o espelho a andar para um lado e para o outro, que o diga o Jorge Pinto. No entanto, a intensidade não foi suficiente para fazer estragos e a verdade é que uma pessoa vai-se habituando a isto. Acabámos por ir almoçar com a família de um amigo que aqui conheci, Rodrigo Molina o seu nome. É um prestador de serviços agrícolas, desde a plantação até á colheita, em olival e fruteiras. Boa gente, de bom trato e grande simpatia. Está a construir uma casa, sendo tradição por aqui, quando se acaba a estrutura do telhado, fazer um almoço dentro da nova habitação. Boa comida, caseira para juntar mais algumas gramas aos quatro kilos que já ganhei aqui. Depois de almoço, visitámos duas estâncias termais, em Linares, já muito perto da cordilheira dos Andes. Nos jardins de uma delas, fiquei surpreendido ao encontrar três sobreiros. Grande parte das culturas que encontramos aqui, também existem em Portugal: cereais, fruteiras, floresta, olival, vinha, hortículas. É tudo muito parecido nesse aspecto com o nosso país, apenas a topologia muda, planície durante centenas de kilómetros, cercada por imponentes cordilheiras. A grande diferença climática, reside na diferença entre a temperatura máxima e a mínima, que normalmente vale 15 graus.
Amanhã, vamos ver olivais superintensivos onde seja possível a colheita mecânica, para se equacionar a possibilidade de para o próximo ano se prestar cá esse serviço. Para além desse ponto, sinto neste momento, que as nossas empresas, poderão desenvolver-se também neste país. Algumas ideias já andam no ar e muita vontade de as pôr em prática. Vamos aguardar e ver o que o futuro nos reserva...

5 comentários:

  1. Estimado Alberto.
    Obrigado pela partilha da experiência, é sem dúvida enriquecedor saber o que se passa por outros países que não os da orla mediterrânica. Ainda mais descrito por quem está dentro do assunto e não por jornalistas de ocasião.
    Pergunto: Face às pesquisas já existentes e divulgadas online, qual a sua opinião relativamente à possibilidade de no Brasil (Minas Gerais ou Rio Grande do Sul) se poder desenvolver o sector da olivicultura?
    Cumprimentos. Luis Filipe Santos

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  2. Estou mesmo a ver que possivelmente qualquer dia se te quizer ver, terei de ir ao Chil, não?

    Um grande abraço.

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  3. Olá família,

    Talvez venha a depender da altura do ano... Vamos a ver.

    Cumprimentos para todos.

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  4. Olá Alberto
    Não podia deixar de o felicitar pelo seu blog que esta descrito de forma excepcional sobre o seu dia a dia profissional no olival.
    Os meus parabéns e muitas felicidades.
    E por fim só lhe quero fazer um pedido diga ao Jorge Pinto que deixe de fazer a barba.
    Sem mais os meus cumprimentos espero conhece-lo pessoalmente.
    Fernanda Pinto (irmã de Jorge Pinto)

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  5. CARO ALBERTO,
    GOSTEI DE LER O TEU BLOGUE. REALMENTE DEVE SER MUITO ENRIQUECEDOR VER E PARTICIPAR NUM TRABALHO DESSES.
    TENHO ACOMPANHADO ATRAVÉS DA INTERNET, O TRABALHO QUE SE TEM DESENVOLVIDO AO NÍVEL DO OLIVAL EM ALGUNS PAÍSES SUL AMERICANOS "ARGENTINA, CHILE E O SUL DO BRASIL"
    ASSIM QUE PUDER VOU LENDO AS TUAS CRÓNICAS. E QUEM SABE SE UM DIA NÃO NOS VENHAMOS A CONHECER. POIS SOMOS "VIZINHOS". EU SOU DO PEGO, É SÓ ATRAVESSAR O RIO TEJO.
    DESEJO-TE A CONTINUAÇÃO DE UM BOM TRABALHO E QUE DEUS TE ACOMPANHE SEMPRE.
    CORDIALMENTE,
    HELDER SERRANO

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